A cada passo que dava,
cada pedra pisada da calçada
mendigos que ali lembrava,
sujos de cara lavada!
Tristeza via em seus olhares,
fome em seus lábios ressequidos.
Cidades de fantasias e bons colares,
ruas de miséria sorrisos desaparecidos!
Calçada velha e já gasta,
negra, mal cheirosa, mal tratada!
cansada da vida e já sem pasta,
partilha da miséria envergonhada!
Que calçada era esta?
Que vida já deu aqui?
Aguentou alguma vez grande festa?
nada! Sofre desgaste dia a dia só por ti!
Nesta calçada que vejo,
que ainda sinto ao pisar.
Sei que ainda têm traquejo,
para aguentar sem lamentar!
Calçada que és tu agora?
Caminhos de arrasar?
pessoas que num instante vão embora,
tu calçada, és a casa que alguém têm para morar!
* Maria C. Carmo (o poema)
foto retirada do google.
Sem comentários:
Enviar um comentário